[Ou: "Não leia agora/ eu não quero testemunhas/ dos meus crimes
gramaticais.” Climério Ferreira]
Por comodidade, ou preguiça, ou déficit de atenção, desde sempre anotando coisas pra não esquecer e pra lembrar. Muda de intensidade e de
foco, mas sempre engrenagem importante no auto-ensino de (vi)ver.
Então, um dia, resolvi ser sem muleta. Deitei na grama
ensolarada e fiquei olhando as palavras passarem ligeiras, descasadas com o pensar e sentir. Quando quase, já não era nada daquilo. Cansei e adormeci. Acordei esvaziada
e perdida, fui deixando.
Agora, vontade de simples ficar no que não se
vê, quis de novo, diferente. Não só registro dos dias ou se colocar pra fora, quase um jeito de amar.
Claro que me assustei. Tanto que empaquei de novo. Também por não querer assumir minha participação nos dias se esgotando velozes, por overdose de entender e ainda pelo velho costume das correntes que me atavam a uma outra que fui.
Claro que me assustei. Tanto que empaquei de novo. Também por não querer assumir minha participação nos dias se esgotando velozes, por overdose de entender e ainda pelo velho costume das correntes que me atavam a uma outra que fui.
Muito por medo do que acontece depois.
Sim sim, já tô careca de saber.
Mas é que só agora mudou alguma coisa lá onde nascem os motivos: tentar não porque não existe outra saída mas pra abrir as asas, balançar os pés no abismo.
Talvez ainda demore um tempo até acertar o passo, encontrar a melhor forma de.
Parar de ensaiar a ida, enrolar sem poder, fingir de morta.
Ainda mais sabendo morto o paquiderme pré-histórico que fez casa sobre meu corpo, finalmente liberta dos esqueletos na bagagem que emperravam o movimento e a continuação da história.
Sempre pode ser que eu me perca.
Mas sei também que se sobreviver saio lapidadinha: coisa fina.
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