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15.6.11

Entre o que eu digo e o que eu faço

Que o transporte coletivo nem sempre/quase nunca funciona como deveria não é novidade.

Nem o número de reclamações gritadas aos motoristas que (desconfiam muitos) pensam estar guiando um caminhão boiadeiro.

Enfim.

A novidade foi, numa manhã em que a zebrinha estava mais entupida que nunca, ouvir um moço reclamando em altos brados seus direitos de pessoa. Reclamou do governador corrupto, da rede de transporte público e seus desvios de verba. Xingou mais um tanto, disse que a culpa era do motorista que não devia permitir tanta galera: "fecha a porta e pronto", logo ele, último a entrar e primeiro que teria ficado para trás se fechasse a porta e pronto.

Nesse meio tempo ele encontrou um irmão de alma, que também falava alto e concordava com tudo o que ele dizia. Desabafaram bem, para todo mundo ouvir e participar.

Não sugeriram reclamar com a secretaria de transportes, não apresentaram soluções. Apenas choveram no molhado, mas pensei que podia ser um começo.

Quando o ônibus parou eles desceram rapidamente e se perderam na multidão.

Os dois saíram sem pagar a passagem.

Catraca livre?

Um comentário:

  1. Ah, a barbárie: ligação perene entre todos os membros da humanidade.

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