No sonho mastiguei folha de planta desconhecida sem pedir licença.
Dois milésimos de segundos oníricos depois o tempo se jogava pra frente e pra trás enquanto bebia um amortecimento gelado.
Tento anotar rapidamente as letras/números de contas e fórmulas, coloridas bailarinas aéreas, em pedacinho de papel amassado que guardo apertado na mão esquerda.
Ao despertar espio a palma, ansiosa pra rever a coordenada de futuro: folha em branco, vazia e seca como terra evaporada há séculos.
Nos sulcos arados pelo destino só li silêncio, e não soube mais o que tinha descoberto que era hora de plantar.